Vale inicia recuperação de rejeitos de Gelado

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May 20, 2024

Vale inicia recuperação de rejeitos de Gelado

A Vale iniciou o comissionamento do Projeto Gelado, em Carajás, no estado do Pará, Brasil, que produzirá pellet feed de alta qualidade por meio do reaproveitamento de rejeitos de minério de ferro depositados no

A Vale iniciou o comissionamento do Projeto Gelado em Carajás, no estado do Pará, Brasil, que produzirá pellet feed de alta qualidade a partir do reaproveitamento dos rejeitos de minério de ferro depositados na barragem de Gelado desde 1985, quando a Vale começou a operar na região . Além de proporcionar um destino sustentável para os rejeitos, o projeto utilizará dragas 100% elétricas para extrair o material, evitando emissões de CO2. A capacidade de produção inicial será de 5 Mt/ano e o investimento será de US$ 485 milhões. A fase de comissionamento, em que estão a ser realizados testes de desempenho e capacidade com carregamento, deverá prolongar-se até ao final do primeiro semestre, altura em que terá início a operação de forma contínua. Após a conversão da Usina 1 de Carajás para processamento com umidade natural, planejada para os próximos anos, o projeto Gelado atingirá sua capacidade de 10 Mt/ano.

Há 37 anos a Vale produz minério de ferro em Carajás e deposita o rejeito na barragem do Gelado. Esse material é composto basicamente por partículas de minério de ferro que não puderam ser utilizadas no processo de beneficiamento original e impurezas como sílica e alumina. Por meio de dragas, o rejeito será retirado da barragem e enviado de volta para processamento na usina. O teor de minério do material extraído da barragem já é de 63%, considerado alto. Na usina, o minério passará por um processo de concentração magnética, em que um poderoso ímã separa as partículas ferrosas da sílica e da alumina, aumentando ainda mais sua qualidade. Esta é a primeira vez que a concentração magnética é utilizada nas operações do Pará. O produto final é um pellet feed que alimentará a planta de pelotização da empresa em São Luís, no Maranhão. A alta qualidade das pelotas fabricadas no local contribui para a redução das emissões de carbono dos clientes siderúrgicos quando comparadas com produtos de qualidade inferior. A Vale tem como meta reduzir em 15% suas emissões de Escopo 3 até 2035. O caráter sustentável do projeto é reforçado pela utilização de dragas 100% elétricas, além de bombas elétricas, que utilizam eletricidade de fontes renováveis ​​em vez de combustíveis fósseis, como como diesel. Assim, em 10 anos, o projeto deixará de emitir um total de 484 mil t de CO2, o equivalente ao consumo anual de 105 mil carros de 1.000 cc movidos a gasolina. Quatro Dragas de Sucção Cortadora (CSDs) foram fornecidas pela empresa Royal IHC, sediada na Holanda, e têm 46 m de comprimento e pesam 364 t. O primeiro deles foi inaugurado em outubro de 2022. “A questão ambiental está em foco desde a concepção do projeto Gelado”, explica o gerente de operações do projeto, Roberto Francisco. “Além de desassorear a barragem, estamos reduzindo a quantidade de rejeitos na estrutura e transformando-os em um novo produto, evitando a necessidade de alteamentos futuros. Fazemos isso concentrando-nos na redução das emissões de CO2”. Cerca de 185 profissionais trabalharão diretamente na operação. Um total de dez inspetores e operadores de máquinas foram treinados profissionalmente na Holanda para trabalhar com as dragas. O investimento potencializou o desenvolvimento de profissionais locais preparados para praticar uma mineração de última geração e mais sustentável.

A Vale afirma que pesquisa e desenvolve processos para reduzir a geração de resíduos e reaproveitar ou reciclar esses materiais, dando origem a novos produtos que contribuem para uma cadeia de valor mais sustentável. Além de reinserir os rejeitos na cadeia produtiva, como está sendo feito com a Gelado, a empresa investe no reaproveitamento da areia do processamento do minério de ferro para reduzir a geração de rejeitos. Em 2021 a Vale iniciou a comercialização da Areia Sustentável, produto destinado à construção civil com origem 100% legal, alto teor de sílica e baixo teor de ferro e alta uniformidade química e granulométrica. Até o momento, já foram doadas ou comercializadas cerca de 800 mil toneladas do produto. A estimativa para 2023 é que essa quantidade cresça. A Vale também desenvolve soluções para utilização de rejeitos arenosos na pavimentação de estradas e até mesmo como substituto do cimento comum.